mal habituado
o teu toque perfumado
é quanto basta para me deixar viciado
descontrolado
enamorado
e só quando te tenho a meu lado
é que me sinto sossegado
relaxado
num sentimento abraçado
e embriagado
deixas-me mal habituado
o teu toque perfumado
é quanto basta para me deixar viciado
descontrolado
enamorado
e só quando te tenho a meu lado
é que me sinto sossegado
relaxado
num sentimento abraçado
e embriagado
deixas-me mal habituado
contigo sinto-me uma criança
que alimenta a secreta esperança
de te convidar para uma dança
onde o corpo balança
e a paixão recua e avança
ao sabor da lembrança
cheio de confiança
que depois da tempestade a bonança
mas nem toda a gente a alcança
é esta a nossa herança
e a esperada mudança
só se consegue com perseverança
sem medo da vingança
ou insegurança
só assim se cria a aliança
a tua ausência é ferida que não sara
tu não sabes e ninguém repara
que os meus olhos brilham e o meu coração dispara
e ilumina-se-me a cara
de forma clara
apesar da distância que nos separa
porque a tua presença rara
num sentimento que se aclara
é a única coisa que ainda me ampara
passa tanto tempo
até chegar aquele momento
em que sopra o vento
e o meu coração salta um batimento
num assomo violento
e eu não sei se experimento
ou se apenas invento
este pequeno fragmento
de sentimento
tão sedento
e o maior sofrimento
é este advento
porque o meu coração não é isento
e expressa-se neste lamento
que é o instrumento
por que tento
superar o comprimento
desta distância fria como cimento
nublada pelo céu cinzento
que só termina com o teu reconhecimento
num leve cumprimento
e eu ciumento
não disfarço o meu aborrecimento
se não vislumbro o elemento
que dita este nosso lento
afastamento